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quinta-feira, 10 de abril de 2008

UMA REDONDILHA DE ILDÁSIO TAVARES


Rondó da redondilha

Para Erlon

Na porta da minha casa,

encontrei a redondilha.

Não foi preciso ir pra longe

pra outro país ou ilha –

abri a porta da rua,

lá estava a redondilha;

sete sílabas de dor,

a oitava maravilha.



Agora fiquei sem água

que rachou a minha bilha.

No mar, nunca mais viajo

que o barco quebrou a quilha.

Agora eu já não me caso

que o pai me negou a filha,

e o meu cão perdeu o faro,

já não acho mais a trilha.



Despertei de supetão

de minha vil relexão,

armei o meu coração,

desarmei a armadilha –

esbraseei minha brasa;

cavei minha cova rasa

no quintal de lá de casa

e plantei a redondilha.

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