VISUALIZAÇÕES
terça-feira, 13 de setembro de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Artigo de NMV
Para ler o texto de NMV, acesse: http://paginasonora.blogspot.com/2011/05/trio-forro-folia-o-cordel-invade.html
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Fitness
por virtude de muita malhação;
se enfim ostento a forma que eu queria,
o que mais posso desejar então?
Após anos a fio na Academia
(a melhor obra do imortal Platão)
e uma discreta e cara cirurgia,
alcancei finalmente a perfeição.
Mas este lindo corpo é um mero clone
da idéia pura que, sem silicone,
sem rugas, sem suor, imarcescível,
vive no pensamento como norma
e existe só no céu incorruptível
do photoshop, que em deuses nos transforma.
Marco Catalão
domingo, 27 de março de 2011
Solitas
O céu amanheceu escuro...
Até certos trovões foram ouvidos
Com um espanto quase infantil.
Procurei, debalde, a meu lado,
A presença que não estava,
Que eu sabia não estar.
Aqui, junto a mim,
Só a miragem e um tanto
De saudade... e pronto.
Mas essa saudade é um lugar:
O lugar onde eu te encontro.
De Nívia Maria Vasconcellos para o site http://www.paginasonora.com.br/
quinta-feira, 3 de março de 2011
OUTROS VERSOS SOB A ESPERA
O tempo levou minha crença,
Levou minha fé,
Levou as lembranças que habitavam minha sala
E levou as horas da minha esperança.
O tempo, insistentemente,
Levou-me o livro que a estante
De meu ser guardava com cautela e medo,
Esse tempo levou-me até o medo,
E outros sentimentos que me tornavam humana.
O tempo levou o meu equilíbrio
E a harmonia dos meus ornamentos,
Levou os meus segredos
E o resto do sorriso que meus lábios ensaiavam dar.
O tempo levou minhas poesias,
Minhas leituras,
Levou minha atenção,
O meu poder de chorar;
Levou até mesmo a minha nudez.
O tempo (Este tempo!)
Levou-me... A tua volta,
A lágrima e a existência.
Nívia Maria Vasoncellos
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
To be or not to be: that's the question
Acabo de comer um pedaço imenso de mamão. O que isso tem a ver com você? Bom... talvez, nada. Mas para mim é uma reflexão sobremaneira importante. Seu valor nutritivo e seu poder medicinal agora me possuem, ou melhor, são por mim possuídos. Meu organismo é outro. Neste momento em que “dialogo” com você, caro leitor, as substâncias do fruto do mamoeiro estão sendo disseminadas pelo meu corpo. Antes disso, sua doçura e maciez acariciaram meu palato. Não sinto, mas sei que seus nutrientes se espalham por mim. É tão banal, pela repetição do ato; tão inacreditável, pela invisibilidade de sua ação, que vacilo sobre a importância deste pensamento. Meu corpo era outro antes de o mamão fazer parte dele. E foi um bom bocado. Sou neste instante a síntese de mim mais o mamão. Cálcio, Fósforo, Ferro, Sódio e Potássio: seus minerais me conquistam. E, além de tudo, é pouco calórico. Se foi um papaia? Que importa? Mas estava sim muito saboroso. Até seu sabor me é. Não foi qualquer outro alimento que me despertou tais cogitações. Foi o mamão. Se somos, realmente, o que comemos, neste momento, sinto-me apenas um mamão... acho que o formosa.
Nívia Maria Vasconcellos
domingo, 2 de janeiro de 2011
Id Est
Sentada. Na cama. Pés no chão. Meias, pijama, lençol. A mão esquerda segurava um papel ainda pálido. A outra empunhava uma esferográfica louca para ser funcional. As paredes brancas do quarto preenchiam espaços. O sono a atingia paulatinamente. Travesseiro à vista, mas, diante da sua resistência, permanecia: coluna ereta, punho erguido, cabeça em pensamentos que não queriam se fazer palavras. Não sabia mais escrever o que sentia. As palavras confundiam-se, conjunções nada articulavam e o que ela sentia permanecia apenas dela, particular, hermético, indecifrável. A ponta da língua pesava de tantas palavras quase lembradas. À sua frente um espelho se mostrava. Grande em largura e comprimento. Naquele momento, para ela, em profundidade também. Havaianas, cômoda, guarda-roupas... tudo a olhava. Um frio a incomodou apesar de gostar do inverno. Olhou para o criado-mudo, sobre ele colocou o papel. Abria e fechava a gaveta reincidentemente, guardou nela a caneta. Deitou na cama. Mais uma noite sem paixões nem inspiração a tomara. Quiçá, amanhã. Quem sabe depois... ... ...
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